Por Vladmir Stancati
Em uma experiência com primatas, certa vez, 6 deles foram colocados em uma jaula. Dentro dela havia uma escada que dava acesso a um piso superior, onde havia deliciosas bananas. Os macacos, assim que colocados lá, avistaram as bananas e, acotovelando-se uns aos outros, começaram a subir a escada.
Como parte da experiência, para surpresa dos macacos, assim que eles começaram a subir todos foram molhados com um jato d’água de altíssima pressão. Os macacos foram praticamente lançados contra a parede oposta da jaula, em função da força da água.
Passado o susto, e ainda pingando, tentaram subir novamente. E, mais uma vez, o jato d’água veio com força. A situação se repetiu mais 2 ou 3 vezes, até que desistiram de subir a escada. Um comportamento havia sido aprendido, a duras penas. Melhor deixar de lado as bananas que levar um banho daqueles…
Algumas horas depois, um dos macacos não resistiu e começou a subir. Imaginam o que aconteceu? Não, não deu tempo da água vir novamente, pois os outros macacos o espancaram. Não queriam ser molhados.
Um dos macacos do grupo original foi trocado por outro que não havia passado pela experiência. Ora, este macaco novo apressou-se em subir, e não entendia como aquelas bananas todas ainda estavam ali, intactas. Entretanto, o pobre também apanhou, e não entendeu o porquê…
Trocaram um segundo macaco do grupo original, e, mais uma vez, ele começou a subir as escadas. E, novamente, foi espancado pelos outros (inclusive por aquele recém-chegado que batia também, embora não soubesse a razão…). Por fim, todos os macacos do grupo original foram trocados e, apesar das bananas serem recolocadas todos os dias, ninguém se atrevia a subir ali. A experiência, porém, já havia se encerrado, eles poderiam deleitar-se com as bananas, mas não o faziam…
Qualquer semelhança com a vida corporativa não é mera coincidência. Quantos processos estamos fazendo sem agregar valor à companhia simplesmente porque, em dado momento, foram necessários, mas agora já não o são? Quantos relatórios são feitos sem que ninguém os leia, quantas atividades deixam de trazer real diferencial ao seu cliente?
Tenhamos o inconformismo positivo, questionando os procedimentos existentes, mas sempre propondo novas ideias, sempre baseados no cenário presente e futuro. Não aceitemos tarefas automaticamente, mas pensemos sobre elas, raciocinemos se são de fato necessárias, pensando sempre em nosso cliente final e na razão de ser das ações. Só assim construiremos uma Festo cada vez mais forte!